A melhor resposta é: depende. Vamos entender o porquê.
Quando dosamos os níveis de colesterol no sangue, apresentados em conjunto tanto na forma de um lipidograma como em suas frações, queremos avaliar os valores de colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL e triglicerídeos. Entre eles, o colesterol associado ao maior risco cardiovascular é o LDL (popularmente conhecido como “colesterol ruim”). Este é o colesterol que pode se depositar na parede do vaso sanguíneo, ocasionar a formação de placas aterogênicas e levar, em algum momento, a obstrução do vaso, resultando em isquemia (ex.: infarto agudo do miocárdio, quando ocorre obstrução nas coronárias).
Então, quando iniciamos tratamento farmacológico para dislipidemia - que é a alteração nos níveis de colesterol - queremos reduzir principalmente os níveis de LDL, e com isso reduzir o risco cardiovascular. A questão é que cada pessoa é única, e nem todos temos o mesmo risco cardiovascular. Cada paciente pode ser estratificado quanto ao seu risco, e atualmente existem várias ferramentas disponíveis para este cálculo. Frente a um paciente com dislipidemia, o primeiro passo na estratificação do risco é a identificação de manifestações clínicas de doença aterosclerótica, como doença arterial coronariana, doença arterial periférica, etc. Estes pacientes são os que precisam ter seus níveis de colesterol reduzidos mais intensivamente, para prevenir novo evento isquêmico.
Caso o paciente não tenha manifestações, avaliamos os fatores de risco, cujos principais são os seguintes: diabetes mellitus, hipertensão, tabagismo e história familiar de doença arterial coronariana precoce em familiar de 1ª grau (homens com menos de 55 anos e mulheres com menos de 65 anos).
Portanto, se um homem de 40 anos, saudável, sem comorbidades, apresenta um nível de LDL de 110 ng/dL, provavelmente não necessitará de tratamento farmacológico. Por outro lado, um homem da mesma idade e com o mesmo valor de LDL que apresenta diabetes mellitus 2 e hipertensão, precisará reduzir seu nível de LDL para diminuir seu risco cardiovascular.
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