A obesidade é um desafio para a saúde pública, e mesmo com o crescimento exponencial do número de pessoas vivendo com sobrepeso ou obesidade, atualmente contamos com poucas opções farmacológicas para tratamento, estando aprovadas no Brasil apenas três drogas: Sibutramina, Orlistate e Liraglutida.
Uma vez que a perda de peso sustentada de 5% a 15% é recomendada para melhorar muitas condições associadas ao sobrepeso / obesidade - como Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), esteatose hepática e síndrome dos ovários policísticos - , o tratamento farmacológico é recomendado para ajudar a atingir esse objetivo. No entanto, os medicamentos antiobesidade aprovados têm eficácia apenas moderada (3% - 10% de redução do peso corporal além da intervenção no estilo de vida).
A semaglutida subcutânea é um agonista do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1), atualmente aprovado para o tratamento DM2 em doses de 1,0 mg ou menos uma vez por semana.
Dois estudos recentes publicaram resultados com o uso da medicação na dose de 2,4 mg semanal em pacientes com obesidade ou sobrepeso (e mais uma comorbidade), tanto para perda de peso como para manutenção. A perda média foi de 15%, um resultado muito bom comparado às outras medicações disponíveis, mas o que chamou atenção foi que mais de 30% dos pacientes em um dos estudos perdeu 20% do peso ao final do seguimento. Um resultado impressionante, e que costuma ser visto mais em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.
Lembrando que além da medicação, todos os pacientes realizaram mudança no estilo de vida, com dieta equilibrada e atividade física.
Fontes:
Wilding, John PH, et al. "Once-weekly semaglutide in adults with overweight or obesity." New England Journal of Medicine (2021).
Rubino, Domenica, et al. "Effect of continued weekly subcutaneous semaglutide vs placebo on weight loss maintenance in adults with overweight or obesity: the STEP 4 randomized clinical trial." JAMA (2021)