O uso de medicamentos para emagrecer tem se tornado cada vez mais comum como parte do tratamento da obesidade. No entanto, uma dúvida recorrente entre os pacientes é: vou precisar tomar esse remédio para o resto da vida?
A resposta é: depende. Emagrecer com ajuda de medicamentos é eficaz para muitas pessoas, mas o sucesso a longo prazo está diretamente ligado a mudanças sustentáveis no estilo de vida. Os medicamentos atuam principalmente em mecanismos que controlam o apetite e a saciedade. Ou seja, eles são uma ferramenta de apoio, e não a solução isolada.
Hoje, contamos com opções modernas como o Wegovy (semaglutida) e o Mounjaro (tirzepatida), que demonstraram grande eficácia não apenas na perda de peso, mas também no controle de fatores metabólicos, como a resistência à insulina. Esses medicamentos são injetáveis, de uso semanal, e foram estudados para serem usados em tratamentos de longo prazo — sempre com supervisão médica.
Algumas pessoas conseguem atingir seu peso saudável, manter novos hábitos e, com o tempo, ir reduzindo a dose gradualmente até descontinuar o uso da medicação. Outras, especialmente aquelas com histórico de obesidade grave ou recidivante, podem se beneficiar do uso prolongado — ou até contínuo — desses fármacos, da mesma forma que pessoas com hipertensão ou diabetes utilizam medicações a longo prazo.
É importante lembrar que a obesidade é uma condição crônica, multifatorial e com forte componente genético. Assim como outras doenças crônicas, o tratamento pode exigir diferentes estratégias ao longo da vida. Se a medicação for interrompida sem que haja uma estrutura sólida de suporte nutricional, psicológico e comportamental, o risco de reganho de peso é alto.
Por isso, a decisão de continuar ou interromper o uso de medicações deve sempre ser tomada com acompanhamento médico, avaliando a resposta clínica, possíveis efeitos adversos e a manutenção do peso ao longo do tempo.
Em resumo, nem todo paciente precisará tomar medicação para emagrecer para sempre, mas para alguns, ela pode ser uma ferramenta segura e eficaz de longo prazo. O mais importante é tratar a obesidade com seriedade, de forma individualizada e com foco em qualidade de vida.